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Autor: Fernando Nogueira da Costa

É falsa dicotomia um intelectual ter de optar por ser ou pesquisador ou ser debatedor. Como intérprete do seu tempo, ele necessita elaborar complexas teorias para a análise técnico-científica ir além da mera descrição.

Desenvolve conceitos fundamentais, reunindo métodos de análises de diversas áreas do conhecimento humano, para subsidiar o debate público. Como os demais cidadãos conscientes, não pode deixar de se engajar em debates políticos, orais ou escritos, sobre temas relevantes para a sociedade. Assume uma dimensão pública.

Daí pensei: meus posts escritos durante o primeiro semestre de 2019 poderiam ser reunidos em mais um livro eletrônico gratuito para leitura de quem não teve acesso a eles a cada semana. Foram postados originalmente nos sites GGN, Carta Maior, Brasil Debate e reproduzidos no meu blog Cidadania & Cultura.

Ao levar à frente essa empreitada me surpreendeu sua dimensão: 50 artigos. Organizei-os em seis grandes temas: atualidades teóricas, atualidades políticas, debate com a esquerda, análise do atual ciclo de desalavancagem financeira, prioridade para política de emprego, decisões financeiras práticas. Concentram meus interesses maiores na atualidade. Além desses artigos, publiquei nesse semestre no Portal do IE-UNICAMP dois textos para discussão.

O primeiro capítulo apresenta a atualidade teórica como a visão da Economia como um dos componentes de um sistema complexo, cujas interações resultam em padrões possíveis de serem interpretados a cada conjuntura. A configuração atual é composta de fatos transcorridos em um processo socioeconômico e político ainda em andamento.

O segundo capítulo retrata como agora com a casta de militares e a subcasta de sabidos-pastores evangélicos no Poder Executivo, a política pública prioritária está sendo vilipendiada. Os cidadãos conscientes sentem pânico pelo retrocesso civilizatório, inclusive com ataques aos direitos civis conquistados após os anos de ditadura de 1964 a 1984. Reagirão com a reorganização da sociedade civil como ocorreu antes para derrubar o regime militar.

O terceiro capítulo debate a proposta para se criar no Brasil uma Frente Ampla Progressista (FAP) à la Uruguai, Portugal ou Dinamarca. A estratégia é, justamente, sair do gueto da esquerda e ampliar a aliança de modo a conseguir inclusive o apoio dos liberais clássicos.

No quarto capítulo, levanto algumas hipóteses para responder à pergunta-chave: por que a economia brasileira não tem um crescimento sustentado em longo prazo desde 1980? Discuto, inicialmente, a substituição do desenvolvimentismo pelo neoliberalismo como ideologia orientadora das equipes econômicas dos governos. Depois, abordo a disjuntiva entre mercado externo e mercado interno. Por fim, analiso a perspectiva futura de desemprego tecnológico face à Revolução Industrial 4.0 e as inovações financeiras, destacando as possíveis reações políticas a esse quadro de desemprego desesperador.

O quinto capítulo diz respeito à atual análise macroeconômica e das decisões práticas possíveis de serem tomadas para enfrentar um contexto caracterizado como de estagnação e desigualdade com suas decorrentes mazelas de desocupação e concentração de renda e riqueza. Nele, a pergunta-chave a ser respondida é a seguinte: como a teoria macroeconômica necessita se adequar ao novo ambiente, onde se busca políticas econômicas para enfrentamento da estagdesigualdade, distinta da estagflação das décadas perdidas?

No último capítulo do livro, apresento implicações práticas da análise conjuntural para o enriquecimento pessoal. Há dois tipos de metodologia para o raciocínio.