Desde 2020, o ciclo se consolidou como espaço interdisciplinar de diálogo crítico e esperançoso sobre o Antropoceno, a emergência climática e as transições necessárias em busca de futuros possíveis, agora convida a participar de sua quinta edição, em formato remoto e com certificado de participação.

 

Em tempos marcados pela aceleração das crises ecológicas, sociais e existenciais, há espaços que resistem não apenas com diagnósticos, mas com propostas vivas, coletivas e transformadoras. É nesse espírito que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) dá continuidade ao 5º Ciclo de Debates “Alternativas Sistêmicas Rumo à Sustentabilidade da Vida”, iniciativa que, desde 2020, articula ensino, pesquisa e extensão em torno de uma pergunta urgente: como reorganizar nossas formas de viver para que a vida — em todas as suas expressões — possa continuar?

 

Criado pelos professores Paulo Sérgio Fracalanza (Instituto de Economia) e Rosana Icassatti Corazza (Instituto de Geociências), o ciclo nasceu em meio à pandemia, quando o isolamento exigia novas formas de conexão e o mundo enfrentava, de forma aguda, os limites de um modelo de desenvolvimento predatório. Desde então, tornou-se um laboratório vivo de pensamento crítico e ação coletiva, reunindo estudantes, pesquisadores, movimentos sociais e cidadãos em torno de temas como ecofeminismo, ecossocialismo, agroecologia, pós-extrativismo, economia solidária e espiritualidades da terra.

 

Mais do que um fórum acadêmico, o ciclo é um ato de esperança prática. Ele parte do reconhecimento de que a crise ambiental não é apenas técnica ou climática, mas profundamente sistêmica: está enraizada em lógicas de exploração da natureza, das mulheres, dos povos originários e dos territórios periféricos. Por isso, as respostas exigem mudanças estruturais — não apenas em políticas públicas, mas em valores, modos de produção, relações de cuidado e concepções de progresso.

 

Ao longo de suas quatro edições anteriores, o ciclo construiu uma identidade própria: interdisciplinar, engajada e horizontal. Estudantes de graduação e pós-graduação atuam como curadores, moderadores, criadores de conteúdo e articuladores, demonstrando que a universidade pode ser, de fato, um espaço de formação crítica e protagonismo estudantil. Cada encontro é pensado não como uma palestra isolada, mas como parte de um processo contínuo de escuta, aprendizado e co-construção.

 

Nesta quinta edição, os debates se aprofundarão em questões centrais para o nosso tempo:

 
— Como construir uma transição energética que não repita as injustiças do extrativismo e respeite direitos nos territórios de mineração?

— De que forma a economia política ecológica pode inspirar o florescimento de alternativas sistêmicas à crise civilizatória?

— Como ecologizar o ensino e a formação no tempo do capitaloceno, conectando saberes e práticas de transformação?

— Como fortalecer uma sociobioeconomia inclusiva e biodiversa na Amazônia, construída com e para seus povos e territórios?

 

Essas perguntas são convites para pensar juntos, agir juntos, sonhar juntos. E é por isso que sua presença importa. Não se trata de assistir a mais um evento, mas de participar de uma comunidade em movimento, que entende a universidade como lugar de diálogo com a sociedade e de construção de alternativas concretas.

 

Diante da “grande aceleração” das mudanças planetárias e da transgressão das fronteiras ecológicas, o ciclo oferece clareza sem desespero, crítica sem paralisia, esperança sem ingenuidade. Ele reconhece a gravidade do momento, mas recusa a ideia de que não há saída. Pelo contrário: mostra que saídas já estão sendo cultivadas — em territórios, em coletivos, em práticas cotidianas de resistência e regeneração.

 

A programação do ciclo, totalmente remoto, acontecerá nos dias 5, 12, 19 e 26 de novembro de 2025, sempre às 19h. Serão quatro encontros sequenciais, pensados para aprofundar o debate e incentivar a participação da comunidade acadêmica e do público interessado ao longo do mês.

 

Certificados de participação serão conquistados por quem participar em ao menos 3 dos 4 encontros.

 

Encontro 1 (05/11) - Minerais críticos e Transição Energética: conflitos, direitos e alternativas

Encontro 2 (12/11) - Economia Política Ecológica e o Florescimento das Alternativas

Encontro  3 (19/11) - Por uma Ecologização do Ensino no Capitaloceno

Encontro 4 (26/11) - Sociobioeconomia Inclusiva e Biodiversa na Amazônia

 

Convidamos você a se juntar a nós. Sua voz, sua escuta, sua experiência e sua indignação criativa são fundamentais para ampliar esse espaço de reflexão e ação.

 

As inscrições estão abertas no link: https://forms.gle/nE3cMVoCZsVE7W1v8